Cá estou no Navio
Ao longe mal se vê
Cá dentro perdem-se as medidas.
De dia ao leme
À noite deitado
Roda ele por mim
Na faina diária.
Durante a luz
Meus dedos o movem
Por vezes pára
Atiro a âncora
Lança-se a prancha
Distribuem-se redes.
Salto borda fora
Sem rumo
Aposto no incerto
Vim ver
Vou de visita
Um novo Porto
Só no prazer do sentir
Iça-se a âncora
Na recolha da prancha
Puxam-se as redes.
Embarcam alguns
Ficam outros por momentos
Os restantes vivem lá
Na ilha do Jamais
Poucos permanecem
Na margem das memórias
Novos cheiros coloridos
À deriva no acaso
Cá estou eu no Navio
Ao longe mal se vê.
3 comentários:
as pessoas vão e vêm e não podemos ficar presos, as nossas âncoras são a nossa familia e eventualmente a nossa alma gémea... mais nada, o resto é maré...
Espero que faças uma boa viagem, sem grandes tormentas, mas quando elas aparecerem que as venças, que é para isso que serve o Navio. E que encontres muitas e belas novas terras, e que faças boas trocas com as gentes que encontrares nessas terras. E que no meio dessas viagens nunca te percas, mesmo que o mar pareça vazio e sem fim.
T.
Hoje apetecia-me comentar e então procurei um poema que se "adequasse" aos meus comentários.
(Assim de repente não me parece muito normal. O que vale é que o autor não se zanga)
Tenho a impressão do tempo estar a passar demasiado depressa.
O que vale é que estou dentro do navio e a todo o vapor...
É agradável, mas por outro lado:
"Embarcam alguns
Ficam outros por momentos
Os restantes vivem lá
Na ilha do Jamais"
Lá virá o dia em que o navio pára por momentos, então estranha-se a diferença e pensa-se no que ficou!
Pronto e agora vou trabalhar. Tenho um teste para fazer. O último para estes. A seguir vêm outros...
Coisas boas: a minha avó faz amanhã 92 anos!
Saudações animadas!
MD
Mais: ME, MD (take II), EME e M!
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