07 abril, 2006

Cá estou no Navio

Cá estou no Navio
Ao longe mal se vê
Cá dentro perdem-se as medidas.

De dia ao leme
À noite deitado
Roda ele por mim
Na faina diária.

Durante a luz
Meus dedos o movem
Por vezes pára
Atiro a âncora
Lança-se a prancha
Distribuem-se redes.

Salto borda fora
Sem rumo
Aposto no incerto
Vim ver
Vou de visita
Um novo Porto
Só no prazer do sentir

Iça-se a âncora
Na recolha da prancha
Puxam-se as redes.

Embarcam alguns
Ficam outros por momentos
Os restantes vivem lá
Na ilha do Jamais

Poucos permanecem
Na margem das memórias
Novos cheiros coloridos
À deriva no acaso

Cá estou eu no Navio
Ao longe mal se vê.

3 comentários:

Anónimo disse...

as pessoas vão e vêm e não podemos ficar presos, as nossas âncoras são a nossa familia e eventualmente a nossa alma gémea... mais nada, o resto é maré...

Anónimo disse...

Espero que faças uma boa viagem, sem grandes tormentas, mas quando elas aparecerem que as venças, que é para isso que serve o Navio. E que encontres muitas e belas novas terras, e que faças boas trocas com as gentes que encontrares nessas terras. E que no meio dessas viagens nunca te percas, mesmo que o mar pareça vazio e sem fim.
T.

Anónimo disse...

Hoje apetecia-me comentar e então procurei um poema que se "adequasse" aos meus comentários.
(Assim de repente não me parece muito normal. O que vale é que o autor não se zanga)

Tenho a impressão do tempo estar a passar demasiado depressa.
O que vale é que estou dentro do navio e a todo o vapor...

É agradável, mas por outro lado:
"Embarcam alguns
Ficam outros por momentos
Os restantes vivem lá
Na ilha do Jamais"

Lá virá o dia em que o navio pára por momentos, então estranha-se a diferença e pensa-se no que ficou!

Pronto e agora vou trabalhar. Tenho um teste para fazer. O último para estes. A seguir vêm outros...

Coisas boas: a minha avó faz amanhã 92 anos!

Saudações animadas!

MD
Mais: ME, MD (take II), EME e M!